O Plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE 2027) é um documento informativo voltado para toda a sociedade, com o objetivo primordial de indicar, e não propriamente determinar, as perspectivas, sob a ótica do Governo da expansão do setor de energia no horizonte até 2027, dentro de uma visão integrada para os diversos energéticos. Tal visão permite extrair importantes elementos para o planejamento do setor de energia, com benefícios em termos de aumento de confiabilidade, redução de custos de produção e redução de impactos ambientais.
Para contribuir com sugestões para o PDE 2027 , acesse a Consulta Pública até o dia 27/11/2018.
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INTRODUÇÃO
Discute os objetivos e a importância do PDE como documento de facilitação de acesso à informação relevante para a tomada de decisões no setor de energia. Apresenta também as bases sob as quais foi elaborado o documento, os desafios em relação à construção de uma visão de futuro, as mudanças promovidas em relação à abordagem dos anos anteriores e fornece um panorama breve dos capítulos.
CAPÍTULO I – PREMISSAS GERAIS
O PDE 2027 trabalha com qual a perspectiva de crescimento da economia? Qual crescimento populacional? O setor de serviços vai liderar o crescimento setorial? No capítulo 1 são apresentadas as premissas gerais do documento, como as perspectivas sociodemográficas, macroeconômicas e setoriais agregadas. Analisam-se ainda quais as condições para um crescimento maior da economia brasileira do que aquele apresentado no estudo no horizonte até 2027.
CAPÍTULO II – DEMANDA DE ENERGIA
Qual o setor que consumirá mais energia em 2027? Qual a fonte que apresenta maior crescimento no período? Em consonância à trajetória econômica avaliada no PDE 2027, é apresentada a evolução de demanda de energia. Na visão setorial, a indústria (definição que não inclui o setor energético) e o setor de transportes continuam representando mais de 64% do consumo final de energia. São ainda discutidos: perspectivas no consumo de gás natural, comparação entre previsões de carga de energia no SIN com o PDE passado e a abertura do consumo de energia por fonte.
CAPÍTULO III – GERAÇÃO CENTRALIZADA DE ENERGIA ELÉTRICA
Qual a expansão da geração elétrica indicada pelo planejamento? O PDE 2027 traz novos avanços metodológicos: o Modelo de Decisão de Investimentos (MDI), introduzido no PDE 2026, passa a representar a curva de carga em quatro patamares e mais uma restrição de capacidade. Essa abordagem, além de representar melhor a operação do sistema, permite uma primeira sinalização para benefícios provenientes de tecnologias de armazenamento, que poderão ser importantes recursos para os crescentes requisitos de capacidade e flexibilidade. Outro destaque deste capítulo é o fato de, pela primeira vez, o PDE 2027 representar explicitamente a oferta de projetos a biogás na expansão centralizada. Este insumo energético é rico em metano, cujo poder calorífico é similar ao do gás natural. A fração deste recurso utilizada atualmente corresponde a apenas uma parte de seu potencial, sendo esperado que ao fim do período decenal haja maior inserção deste insumo na matriz para geração elétrica. Também são realizadas avaliações do atendimento à demanda máxima instantânea e sobre condições futuras de atendimento ao SIN. Diferentes análises de sensibilidade em relação ao caso de referência são conduzidas, tais como: caso alternativo de demanda, restrição à expansão de gás natural, expansão considerando aproveitamento do pré-sal e avaliação da tecnologia solar fotovoltaica. Discussões sobre integração de recursos energéticos distribuídos, nova representação dos custos de PCH no MDI, principais atributos associados à expansão, expansão de potência complementar e necessidade de maior representação granular da carga também fazem parte deste Capítulo.
CAPÍTULO IV – TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Como expandir a Rede Básica de transmissão de modo a assegurar aos agentes o livre acesso à rede, condição para criação de um ambiente de competição na geração e na comercialização de energia elétrica no sistema interligado? São apresentadas as expansões das interligações regionais, as interligações dos sistemas isolados ao SIN no horizonte decenal, a situação de interligações, os sistemas de transmissão regionais, a evolução física e o montante estimado de investimentos e a estimativa de evolução da TUST por submercados. Discute-se ainda a atualização dos critérios de planejamento, desafios da transmissão, solução para atraso ou caducidade de importantes instalações da rede básica e a modernização das conversoras de 50Hz da SE Foz do Iguaçu, as diferenças entre PDE e PET/PELP.
CAPÍTULO V – PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL
O Brasil se tornará um importante player nos mercados internacionais de petróleo no horizonte decenal? Neste capítulo, são apresentadas as previsões de produção de petróleo e gás natural, destacando-se a contribuição do pré-sal. Apresentam-se ainda a evolução das reservas provadas, a relação R/P, os investimentos e o excedente de petróleo nos próximos dez anos. Discutem-se ainda a questão da incerteza nas previsões e a necessidade de diálogo com a área de meio ambiente.
CAPÍTULO VI – ABASTECIMENTO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO
Como evolui o saldo líquido do Balanço dos Principais Derivados de Petróleo? São analisadas as condições de atendimento ao mercado doméstico, ressaltando as necessidades de importação de derivados, as possibilidades de exportação de petróleo, a importância dos investimentos no parque de refino e na infraestrutura logística e a previsão de preços de petróleo com a qual se trabalha no PDE 2027. São também discutidas uma sensibilidade na demanda de gasolina A e a eventual entrada em operação de novas unidades de hidrotratamento. Conclui-se que a proposição de ações e medidas para o setor é imprescindível para o desenvolvimento da nova estrutura do mercado nacional de combustíveis, com ênfase no estímulo à entrada de novos atores no setor e à livre concorrência, em um ambiente regulatório objetivo e claro.
CAPÍTULO VII – OFERTA DE GÁS NATURAL
São apresentados os resultados dos estudos da evolução do balanço de demanda e oferta de gás natural e de sua estrutura no horizonte até 2027. Discorre-se sobre a infraestrutura existente e em construção. O capítulo apresenta também as perspectivas de preços, da oferta no Brasil, o balanço e a simulação termofluido-hidráulica para a malha integrada, bem como as estimativas de investimentos. São feitas as seguintes análise da malha integrada: com conexão das usinas termelétricas para atendimento de ponta e sem o terminal de regaseificação de GNL de Pecém (CE).
CAPÍTULO VIII – OFERTA DE BIOCOMBUSTÍVEIS
Qual a visão do PDE 2026 em relação à expansão dos biocombustíveis na matriz energética brasileira? Como as políticas de governo (e.g., Renovabio) e os investimentos esperados no setor tornarão o etanol mais competitivo frente à gasolina? No capítulo, são apresentadas as perspectivas de expansão da oferta de etanol, as projeções de biomassa de cana-de-açúcar para a geração de energia elétrica e de oferta de biodiesel. Além disso, buscando antecipar possíveis ameaças ao abastecimento nacional de combustíveis para os veículos leves, foi realizada uma análise de sensibilidade para a Oferta de Etanol, considerando uma redução na diferenciação tributária entre a gasolina e o etanol, redução de custos e restruturação financeira de grupos endividados. Por fim, uma análise de sensibilidade considerando percentual mandatório de biodiesel mantido nos níveis correntes.
CAPÍTULO IX – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Como os consumidores poderão participar do setor elétrico nos próximos anos? É analisado o efeito da mudança de relação do consumidor com a energia nos últimos anos. O aumento do poder de escolha – uma tendência geral na sociedade – tem se materializado no setor de eletricidade através da popularização das tecnologias de micro e minigeração distribuída. O consumidor, podendo gerar sua própria energia, evolui de uma posição passiva para ativa no setor elétrico. São apresentados os resultados da energia conservada que indicam a diferença entre a projeção do consumo final de energia, incorporando ganhos de eficiência energética, e o consumo de energia que ocorreria caso fossem mantidos os padrões tecnológicos observados no ano base, 2017. É apresentada ainda uma discussão sobre a eficiência energética de condicionadores de ar no setor residencial e a forma de capturar o verdadeiro valor da geração distribuída.
CAPÍTULO X – ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL
A expansão da oferta de energia atende aos objetivos da NDC? Mantemos a renovabilidade da nossa matriz elétrica? Quais os riscos socioambientais associados à expansão indicada do PDE 2027? São apresentadas as análises considerando questões associadas à minimização dos impactos socioambientais na expansão da oferta de energia e às discussões em âmbito nacional e internacional sobre mudança do clima. A partir de uma análise socioambiental integrada, são indicados os temas socioambientais prioritários para os quais devem ser orientados esforços do setor, de modo a contribuir para a minimização de riscos da expansão. Discutem-se ainda temas como a interação com órgãos ambientais no planejamento de linhas de transmissão, o papel da análise ambiental nas etapas iniciais de um projeto hidrelétrico, riscos associados às atividades de E&P, preocupações socioambientais na expansão da termeletricidade, os aproveitamentos hidrelétricos e a questão das terras indígenas, a conservação da biodiversidade e o planejamento energético e a adaptação às mudanças climáticas no setor energético.
CAPÍTULO XI – CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS
Apresenta-se um panorama geral dos principais resultados dos estudos do PDE 2027 para referência, destacando-se a evolução da oferta interna de energia e da matriz energética e o conjunto de resultados das projeções, abrangendo as informações de economia e energia, de consumo final energético e de oferta interna de energia. Discutem-se ainda possíveis caminhos flexíveis para a matriz energética e são apresentados os principais resultados do plano em termos de expansão física, investimentos associados, elencos dos projetos hidrelétricos disponibilizados ao PDE 2027 e a projeção da matriz energética nacional no ano de 2027.
BIBLIOGRAFIA
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