Por Nina Chestney e Alister Doyle
LONDRES/OSLO (Reuters) – Projetos de energia solar na China dominaram a expansão global da capacidade de geração renovável no ano passado, que somou 157 gigawatts em novas usinas ao redor do mundo, mais que o dobro do crescimento dos combustíveis fósseis, mostrou um relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
No total, um recorde de 98 gigawatts em capacidade solar foi adicionado ao redor do mundo em 2017, com a China contribuindo com mais de metade disso, ou 53 gigawatts, segundo o estudo da ONU, da Frankfurt School-UNEP Collaborating Centre e da Bloomberg New Energy Finance.
A expansão da energia renovável, incluindo também usinas eólicas, movidas a biocombustíveis e geração geotérmica, ultrapassou os 70 gigawatts em capacidade líquida adicionada em novos empreendimentos com combustíveis fósseis em 2017, segundo o levantamento.
“Nós estamos em um ponto de virada… dos combustíveis fósseis para o mundo renovável”, disse o chefe da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, à Reuters. “Os mercados estão aí e as renováveis podem competir com o carvão, elas podem competir com petróleo e gás.”
Os combustíveis fósseis, no entanto, ainda dominam a capacidade existente de geração. Usinas solares, eólicas, de biomassa e outras renováveis geraram 12,1 por cento da eletricidade do mundo em 2017, ante 5,2 por cento há uma década.
Os investimentos globais em renováveis subiram em 2 por cento frente ao ano anterior, para 279,8 bilhões de dólares em 2017, sendo que a China dominou os aportes, com 126,6 bilhões de dólares. O valor é um recorde histórico e 45 por cento do total global.
“Custos muito menores… são o principal fator de investimentos em energia solar ao redor do mundo”, disse à Reuters o editor chefe da Bloomberg New Energy Finance, Angus McCrone, autor do relatório.
A energia solar na China tem se beneficiado ainda de políticas para apoiar a indústria, reduzir a poluição do ar e desacelerar a mudança climática, adicionou ele.
Segundo o estudo, o custo de geração solar em grandes usinas fotovoltaicas caiu em 15 por cento no ano passado, para 86 dólares por megawatt-hora.
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